Eita, essa é difícil, mas vamo lá. Alguém que está buscando polir seu espelho.
# Como e quando você começou a se interessar pelo trabalho com barro?
Quando vi pela primeira uma jazida de barro numa estrada por onde ia passando certa vez e percebi que sabia lidar com aquilo que tava vendo, isso pelos idos dos anos 90. Em 2002 conheci Tiago Amorim que é ceramista e tem um ateliê onde se pratica cerâmica com aprofundamento técnico; então lá comecei a participar dum curso de formação em cerâmica e me identifiquei iniciando assim os estudos onde hoje tenho um certo domínio de modelagem e estou me iniciando em queima e vitrificação. Isso é o que sei racionalmente, porque desde que pisei nos trechos de estrada do sertão onde nasci sentia uma alegria descomprometida de qualquer outra coisa que não fosse só sentir na palma dos meus pés a suave alegria do contato com o barro molhado naqueles trechos de chão amolecidos pelas águas do inverno tão bem vindas.
# O que mais te encanta hoje ao trabalhar com barro?
Nos últimos tempos venho pesquisando e desenvolvendo peças utilitárias que me levam ao inicio da cerâmica, ao momento em que essa arte nasce com a necessidade do homem de transportar e armazenar grãos ligando-se assim à agricultura e ao alimento de origem vegetal, à nutrição enfim. Então modelar objetos que servem a esse propósito atualmente está sendo bem interessante pra mim, e é um lidar com a argila no que há de mais elementar em termos de forma, me levando também à iniciação da utilização de uma ferramenta que na história da cerâmica é o que há de revolucionário em termos de reprodutibilidade do objeto cerâmico que é o torno de giro; as peças nascem no giro do torno de oleiro. Essa prática e pesquisa vem me encantando.
# Você não é terapeuta, mas percebe se o trabalho com o barro traz benefícios terapêuticos? Quais?
# Qual o trabalho que você desenvolve hoje no Gerar?
Hoje recebo no contexto de oficina realizada no Gerar pessoas que têm o desejo e vontade de lidar com argila, seja para somente ter o contato ou para iniciar a prática e a arte de modelar com argila; venho percebendo ao longo desses quase dois anos de oficina no Gerar que a tendência da oficina sempre se encaminha para a modelagem para cerâmica que é só uma modalidade de modelar com argila e que se o participante tem outro objetivo na modelagem é possível atender também. Porém naturalmente nos encontros que têm duração de três horas semanalmente se conversa sobre tudo que se refere à argila, barro, ferramentas, história da cerâmica, modo de modelar, enfim a oficina acontece de modo teórico-prático de acordo com a necessidade de cada participante.
Quando vi pela primeira uma jazida de barro numa estrada por onde ia passando certa vez e percebi que sabia lidar com aquilo que tava vendo, isso pelos idos dos anos 90. Em 2002 conheci Tiago Amorim que é ceramista e tem um ateliê onde se pratica cerâmica com aprofundamento técnico; então lá comecei a participar dum curso de formação em cerâmica e me identifiquei iniciando assim os estudos onde hoje tenho um certo domínio de modelagem e estou me iniciando em queima e vitrificação. Isso é o que sei racionalmente, porque desde que pisei nos trechos de estrada do sertão onde nasci sentia uma alegria descomprometida de qualquer outra coisa que não fosse só sentir na palma dos meus pés a suave alegria do contato com o barro molhado naqueles trechos de chão amolecidos pelas águas do inverno tão bem vindas.
# O que mais te encanta hoje ao trabalhar com barro?
Nos últimos tempos venho pesquisando e desenvolvendo peças utilitárias que me levam ao inicio da cerâmica, ao momento em que essa arte nasce com a necessidade do homem de transportar e armazenar grãos ligando-se assim à agricultura e ao alimento de origem vegetal, à nutrição enfim. Então modelar objetos que servem a esse propósito atualmente está sendo bem interessante pra mim, e é um lidar com a argila no que há de mais elementar em termos de forma, me levando também à iniciação da utilização de uma ferramenta que na história da cerâmica é o que há de revolucionário em termos de reprodutibilidade do objeto cerâmico que é o torno de giro; as peças nascem no giro do torno de oleiro. Essa prática e pesquisa vem me encantando.
# Você não é terapeuta, mas percebe se o trabalho com o barro traz benefícios terapêuticos? Quais?
Penso que sim, pelo que observo e ouço das pessoas que passam pela oficina de Iniciação à Modelagem que venho orientando no Gerar. Os participantes da oficina comentam que o contato com a argila lhes causa bem-estar e que é algo revitalizante se referindo a concretude que é lidar com a argila. Penso que esse contato de mão e corpo, respiração que exige energia física e ao mesmo tempo o barro sendo uma matéria plástica orgânica, quando manipulada os íons são ativados e isso penso que para quem tá na necessidade desse tipo de contato lhe traga benefícios que a pessoa recebe no contato com a argila; acontece troca de energia, o barro tanto dá como retira uma poção de energia , o barro é também uma matéria que pra se ter contato com ela é necessário sobretudo vontade, uma boa disposição física e penso também que psíquica, pois desperta memórias sobretudo memórias antigas; mas sobre esse aspecto não tenho como aprofundar, no contexto da oficina cada um recebe e desfruta a partir da prática em si e por si.
# Qual o trabalho que você desenvolve hoje no Gerar?
Hoje recebo no contexto de oficina realizada no Gerar pessoas que têm o desejo e vontade de lidar com argila, seja para somente ter o contato ou para iniciar a prática e a arte de modelar com argila; venho percebendo ao longo desses quase dois anos de oficina no Gerar que a tendência da oficina sempre se encaminha para a modelagem para cerâmica que é só uma modalidade de modelar com argila e que se o participante tem outro objetivo na modelagem é possível atender também. Porém naturalmente nos encontros que têm duração de três horas semanalmente se conversa sobre tudo que se refere à argila, barro, ferramentas, história da cerâmica, modo de modelar, enfim a oficina acontece de modo teórico-prático de acordo com a necessidade de cada participante.
# E fora do Gerar, o que você tem feito?
Nesse momento, Cerâmica da forma mais ampla que consigo alcançar e praticar no momento.
# O que mais deseja compartilhar?
Se algo que você faz é essencial pra sua existência não deixe de fazer.
Grata pela oportunidade de externar sobre o assunto-mote da entrevista, pois é um dos meus preferidos.
Nesse momento, Cerâmica da forma mais ampla que consigo alcançar e praticar no momento.
# O que mais deseja compartilhar?
Se algo que você faz é essencial pra sua existência não deixe de fazer.
Grata pela oportunidade de externar sobre o assunto-mote da entrevista, pois é um dos meus preferidos.